
A pandemia de COVID-19 afetou não só a saúde e economia mundiais, como também influenciou severamente nas relações afetivas, sobretudo as matrimoniais.
As pessoas tiveram de reinventar e se readequar à nova
realidade surgida a partir da pandemia: trabalho em homeoffice,
isolamento e distanciamento sociais, cancelamento de eventos de grande
porte ou até mesmo o clássico almoço com os pais no domingo, cortes de
gastos...
A rotina sofreu grandes mudanças e tal fato impactou
diretamente as relações entre as pessoas, especialmente aquelas que
residem sob o mesmo teto: agora, passam muito mais tempo convivendo
juntas. Fato este crucial para o significativo aumento de pedidos de
divórcio registrados durante a pandemia, aliado às incertezas
financeiras, desavenças e desgastes que se agravaram durante o maior
tempo de convívio mútuo, maior tempo para “reflexão” acerca da relação,
entre outros.
Com isto, o Colégio Notarial do Brasil registrou
aumento de mais de 8% no número de divórcios formais registrados entre
junho a agosto de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado. Os
números foram de 19.533 neste ano contra 18.076 em 2019.
O
aumento se deve também à maior facilidade de realizar o divórcio
extrajudicial (possível quando o divórcio for amigável e não houverem
filhos menores/incapazes). Desde maio deste ano é possível concluí-lo
sem a necessidade de deslocar-se até o cartório, possibilitando às
partes a assinatura por Certificado Digital, no conforto de seus lares.
A
influência da pandemia nas relações matrimoniais é confirmada também
por dados do Google, que indicam aumento elevado de pesquisas com termos
relacionados a “divórcio”, especialmente das palavras-chave como
“divórcio online” – que teve aumento de 1.100% em relação ao trimestre
anterior à pandemia -, bem como buscas de “como dar entrada em um
divórcio” cresceram até três vezes mais que o mesmo período do ano
passado.
Fonte: Metrópoles.